Apesar da educação bilíngue se tornar cada vez mais conhecida entre educadores e pais, ainda existem muitos mitos em relação ao processo de alfabetização de um aluno bilíngue na primeira infância. 

Será que esse é mesmo o melhor momento para ensinar o inglês? Quais são as consequências e benefícios da educação bilíngue? É possível alfabetizar crianças em duas línguas? A seguir, entenda melhor alguns mitos e verdades propagados por aí! 

5 mitos e verdades sobre a alfabetização de aluno bilíngue

1. Crianças bilíngues têm mais facilidade para se alfabetizar

VERDADE. Estudos da Universidade de York, em Toronto, no Canadá, comprovam que realmente as crianças bilíngues têm mais facilidade de serem alfabetizadas do que as crianças monolíngues. E isso tem uma explicação. 

Em suma, as crianças bilíngues, devido à exposição mais intensa de duas linguagens, conseguem desenvolver melhor as suas habilidades cognitivas do que aquelas expostas a somente uma língua. Para isso, a pesquisa da Universidade de York, publicada na revista Child Development, comparou o desempenho de 100 crianças de 6 anos. 

Dessa forma, a professora e investigadora Ellen Bialysto percebeu que as crianças que falavam inglês e alguma outra língua, como, por exemplo, chinês, francês ou espanhol, tinham mais vantagens sobre aquelas que falavam somente o inglês.

Em resumo, os alunos bilíngues conseguiam entender melhor a estrutura de linguagem dos idiomas e controlavam melhor seus processos cognitivos não-verbais. Ou seja, seus processos de aprendizagem eram mais avançados.

No entanto, o estudo também pôde observar que as crianças monolíngues são capazes de adquirir novos termos em seu vocabulário mais facilmente do que os bilíngues. 

Dessa forma, é possível analisar também que os monolíngues, por concentrarem seus esforços mentais em apenas uma estrutura sintática, conseguem absorver novas palavras mais rápido.

Mas isso quer dizer que alunos bilíngues não são capazes de aumentar o vocabulário? As crianças bilíngues ainda conseguem fazer isso, embora seja um processo mais lento. 

Dessa forma, é possível dizer que as vantagens de uma alfabetização bilíngue excedem a alfabetização monolíngue, afinal, o bilinguismo também oferece outros benefícios, como aumento da concentração e maior repertório cultural. 

Além disso, pesquisas comprovadas também pela investigadora Bialystok alegam que o bilinguismo ajuda a adiar sintomas de doenças mentais, como demência e mal de Alzheimer.

2. Não é possível alfabetizar a criança em duas línguas ao mesmo tempo

MITO. As crianças podem controlar o uso de duas línguas distintas, independente do momento em que aprendem as línguas. Ou seja, estudar inglês não vai atrapalhar o aprendizado das crianças em sua língua materna, como o português. 

Alguns educadores podem pensar que o estímulo duplo pode confundir as crianças ou prejudicar o aprendizado de uma língua em detrimento da outra, mas esse conceito é infundado. De forma geral, é possível dizer que as crianças não passam pelo processo de alfabetização de maneira separada.

Na verdade, essa separação só ocorre nos métodos institucionais, ou seja, na organização disciplinar das escolas ou cursos de idiomas, mas não nas habilidades das crianças. Portanto, independentemente de qual seja a língua falada, as crianças utilizam todo o seu repertório linguístico para compreender, escrever, ler e falar. 

E por meio de um estímulo pedagógico adequado, as crianças conseguem naturalmente associar os códigos que podem ou não serem transferidos de um idioma para o outro.

3. O aluno bilíngue não consegue se tornar fluente em inglês se a família também não for

MITO. As crianças não precisam que seus pais falem inglês na rotina familiar para que possam alcançar a fluência na língua. 

No entanto, as crianças precisam estar diariamente expostas ao uso da língua, além de receber um contato contextualizado que proporciona um entendimento natural do idioma. E isso é totalmente possível por meio da educação bilíngue. 

Isso porque o programa de educação bilíngue oferece um aprendizado integrado a diversos conhecimentos necessários para o desenvolvimento infantil.

Além disso, os pais também podem se beneficiar desses conhecimentos adquiridos pelas crianças durante o convívio escolar, assim, ampliando o repertório cultural familiar.

4. O aluno bilíngue não precisa falar duas línguas com a mesma proficiência

VERDADE. Em suma, é possível dizer que qualquer pessoa que tenha a capacidade de entender ou se comunicar em mais de uma língua é considerada uma pessoa bilíngue. Ou seja, não é possível definir o bilinguismo somente usando como ponto de partida a proficiência do indivíduo. 

A criança não é menos bilíngue porque consegue ler e escrever melhor em uma língua enquanto compreende e fala melhor em outra. Além disso, segundo o linguista François Grosjean, é muito raro encontrar falantes que tenham proficiência nativa em duas línguas, ou seja, que foram alfabetizados e igualmente proficientes em duas línguas. 

Cada criança será exposta de formas diferentes a cada idioma, afinal, a língua é um código social, portanto, cada uma pode ser usada em contextos diferentes. Sendo assim, as pessoas podem adquirir competências e desempenhos diferentes em cada uma. 

5. Na educação bilíngue, a criança não consegue estudar outras disciplinas tradicionais

MITO. Isso não é verdade, pois as escolas bilíngues também trabalham outras disciplinas básicas que estão previstas na grade curricular da criança. Ou seja, o aluno bilíngue não aprende apenas gramática e pronúncia de idiomas. 

A escola bilíngue utiliza da abordagem chamada ‘Aprendizagem Integrada de Conteúdo e Linguagem’, que significa a integração de disciplinas da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Em suma, o documento da BNCC norteia a grade curricular das crianças do Ensino Infantil, Ensino Fundamental e do Ensino Médio de todo o Brasil.

A exemplo disso, você precisa conhecer a High Hive. Focada na educação bilíngue, a escola High Hive se baseia na vanguarda pedagógica do Brasil e é alinhada totalmente às habilidades e competências exigidas pela BNCC. 

Além disso, a High Hive também estrutura seu ensino de acordo com os pilares da UNESCO, no intuito de ensinar o inglês e formar cidadãos preparados para o futuro. Para isso, as suas soluções são firmadas em 5 protagonistas: professores, famílias, alunos, gestores e mantenedores. 

Quer conhecer um pouco mais desse ecossistema que tem formado centenas de alunos bilíngues? Então, acompanhe outros conteúdos do nosso blog