Uma escola bilíngue pode oferecer vários benefícios para os alunos. Além do desenvolvimento da fluência em mais de um idioma, os estudantes tendem a ter melhor desempenho acadêmico, habilidades cognitivas aprimoradas, maior flexibilidade mental e cultural.
No entanto, é importante ressaltar que uma escola bilíngue deve fornecer um ambiente de aprendizagem de alta qualidade. Para isso, é necessário que a instituição cumpra algumas regulamentações e requisitos a fim de ser denominada uma escola bilíngue. A seguir, saiba mais sobre o assunto!
Afinal, o que é uma escola bilíngue?
A escola bilíngue é caracterizada por um currículo integrado, que une uma segunda língua à língua nativa dos alunos. Diferente de outras modalidades de ensino, a escola bilíngue só pode ser considerada como tal caso ofereça o desenvolvimento de competências da educação básica por meio das duas línguas de instrução.
Ou seja, seu foco é trabalhar a grade comum curricular do seu país de origem. No Brasil, o currículo escolar é estabelecido pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que tem como objetivo definir um conjunto de conhecimentos e habilidades essenciais que os alunos devem desenvolver ao longo da jornada escolar.
Dessa forma, para diferenciar uma escola bilíngue de outras modalidades de ensino de idiomas, o Conselho Nacional de Educação (CNE) estabeleceu as Diretrizes Nacionais para a Educação Plurilíngue no Brasil. Antes de entender quais são as normas da educação bilíngue, é importante entender como ela se difere de outras modalidades. Veja a seguir!
Escolas internacionais
As tradicionais escolas internacionais são instituições educacionais que seguem um currículo internacional e recebem estudantes de várias nacionalidades.
As escolas internacionais são vinculadas a outros países e têm como objetivo oferecer uma educação global. Elas geralmente seguem um currículo internacionalmente reconhecido, por exemplo, o The International Baccalaureate (IB).
Escolas brasileiras com currículo internacional
Essa modalidade diferencia-se das tradicionais escolas internacionais, pois são escolas localizadas no Brasil, com parcerias, materiais e propostas curriculares de outro país. No entanto, para serem denominadas escolas bilíngues precisam oferecer currículos em língua portuguesa e em idiomas adicionais.
Escolas com currículo opcional
Nessa modalidade o aluno pode optar por estudar um segundo idioma na sua grade curricular ou não. Dessa forma, o idioma é inserido por atividades complementares, como projetos extracurriculares, aulas e feiras culturais.
Leia também: Quais as diferenças entre um programa bilíngue, ter inglês na grade curricular e se tornar uma escola internacional?
Escolas com carga horária estendida
As escolas que oferecem essa modalidade também não podem ser consideradas escolas bilíngues, mas podem oferecer uma carga horária estendida de determinado idioma, desde que ofereçam no mínimo 30% da carga horária semanal na segunda língua de instrução.
Cursos de idiomas
Por fim, essa é a modalidade mais conhecida e amplamente ofertada em diversas instituições de ensino. A escola de idiomas oferece o ensino de uma língua de forma isolada, ou seja, sem integrá-la às outras disciplinas educacionais básicas.
Seu objetivo é fornecer aulas, que normalmente acontecem duas ou três vezes na semana, focadas apenas no vocabulário e na conversação do idioma – geralmente, o inglês.
Leia também: Entenda por que o inglês é um componente integral da educação básica
Quais são as diretrizes que regulamentam a escola bilíngue?
Carga horária
Para ser considerada uma escola bilíngue, a escola precisa ensinar disciplinas exigidas na BNCC, como:
- Linguagens e suas Tecnologias;
- Matemática;
- Ciências da Natureza;
- Ciências Humanas e Sociais.
Além disso, as instituições precisam seguir as seguintes cargas horárias, de acordo com o Conselho Nacional de Educação:
- na Educação Infantil, o tempo de instrução na língua adicional deve abranger, no mínimo, 30% e, no máximo, 50% das atividades curriculares;
- no Ensino Fundamental, o tempo de instrução na língua adicional deve abranger, no mínimo, 30% e, no máximo, 50% das atividades curriculares;
- no Ensino Médio, o tempo de instrução na língua adicional deve abranger, no mínimo, 20% da carga horária na grade curricular, sendo que a escola pode incluir itinerários formativos na língua adicional.
Formação de professores
Além dos pontos mencionados, as diretrizes do CNE também enquadram especificações para a formação de professores que podem atuar nas escolas bilíngues. Dessa forma, para lecionar em uma língua adicional na Educação Infantil e no Ensino Fundamental em Anos Iniciais, é necessário que o professor tenha:
- graduação em Pedagogia ou em Letras;
- comprovação de proficiência de nível mínimo B2 no Common European Framework for Languages (CEFR);
- formação complementar em educação bilíngue (curso de extensão com no mínimo 120 horas, pós-graduação lato sensu, mestrado ou doutorado reconhecidos pelo MEC).
Para lecionar uma língua adicional no Ensino Fundamental em Anos Finais e no Ensino Médio, é necessário que o professor tenha:
- graduação em Letras ou licenciatura corresponde à área curricular de atuação na educação básica;
- comprovação de proficiência de nível mínimo B2 no Common European Framework for Languages (CEFR);
- formação complementar em educação bilíngue (curso de extensão com no mínimo 120 horas, pós-graduação lato sensu, mestrado ou doutorado reconhecidos pelo MEC).
Avaliação bilíngue
Por fim, as diretrizes para a educação bilíngue estabelecem que as metodologias de avaliação nas escolas bilíngues e nas escolas com carga horária estendida ficam a critério das instituições de ensino. Ou seja, a escola decide como serão os processos avaliativos, seja no quesito diagnóstico, formativo ou somativo.
Além disso, o desempenho dos estudantes na língua adicional deve ser baseado no currículo da escola. No entanto, na avaliação da proficiência dos alunos devem ser analisados os seguintes resultados:
- até o 6º ano do Ensino Fundamental, espera-se que 80% dos estudantes atinjam a proficiência de nível mínimo A2, no Common European Framework for Languages (CEFR);
- até o 9º ano do Ensino Fundamental, espera-se que 80% dos estudantes atinjam a proficiência de nível mínimo B1, no Common European Framework for Languages (CEFR);
- até o 3º ano do Ensino Médio, espera-se que 80% dos estudantes atinjam a proficiência de nível mínimo B2, no Common European Framework for Languages (CEFR).
Quais os passos para ter a educação bilíngue em sua escola?
Transformar sua escola e oferecer a educação bilíngue requer um planejamento cuidadoso e uma série de etapas a serem seguidas. Veja a seguir algumas diretrizes gerais para ajudar você a iniciar o processo de transformação da sua escola:
- determine os objetivos de aprendizagem específicos para cada nível escolar e estabeleça um plano de ensino para alcançá-los;
- contrate professores que tenham as aptidões necessárias para lecionar a a língua adicional e tenham experiência em ensino bilíngue;
- considere estabelecer parcerias com instituições ou organizações estrangeiras;
- adquira materiais de ensino de qualidade, como livros didáticos, jogos educativos e recursos audiovisuais na língua adicional;
- forneça treinamento e capacitação adequados aos professores para que eles possam aprimorar suas habilidades de ensino bilíngue;
- promova uma imersão na língua, ou seja, crie oportunidades para que os alunos sejam expostos à língua estrangeira em atividades extracurriculares;
- estabeleça um sistema de avaliação para acompanhar o progresso dos alunos no aprendizado da segunda língua.
Leia também: Como implementar um programa bilíngue na sua escola em 6 passos
Sobretudo, é necessário que você conte com uma instituição fornecedora, que esteja preparada para orientar a sua instituição e implementar um programa bilíngue personalizado de acordo com os seus objetivos pedagógicos.
Para isso, o High Five Bilingual Education, solução educacional da Conexia Educação, oferece um programa bilíngue focado na imersão da língua inglesa, por meio de metodologias ativas, lúdicas e alinhadas às disciplinas essenciais da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Além disso, no High Five, os alunos da sua instituição também trabalham habilidades socioemocionais, sem deixar de lado a preparação para certificações internacionais, que abrem portas para os estudantes e os desenvolvem como cidadãos do mundo.
Agora que você já sabe o que é uma escola bilíngue e quais são os seus regulamentos fundamentais, entre em contato com nossos consultores e conheça melhor as nossas metodologias.
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